Defesa de dissertação – Daniella Messa Kubit

Título do trabalho:
“Fases do Estresse, Indicadores Antropométricos e Bioquímicos em Servidores da Segurança Pública”

Resumo:

Introdução: O estresse pode ser classificado em três fases: alerta, resistência e exaustão. Em cada uma delas existem alterações fisiológicas próprias que podem impactar na composição corporal e nos exames bioquímicos de indivíduos estressados. Servidores de segurança pública (SSP) são considerados mais vulneráveis ao estresse devido às exigências inerentes à sua profissão. Portanto, este segmento populacional enfrenta impactos do estresse sobre a saúde, os quais podem afetar diretamente o desempenho profissional. Objetivo: Avaliar a associação entre o estresse percebido e índices antropométricos e bioquímicos em SSP do Espírito Santo (ES). Metodologia: Trata-se de um estudo observacional transversal com análises de 33 biomarcadores séricos, avaliações da composição corporal e das fases de estresse através do Inventário de Sintoma de Estresse (ISSL). A análise descritiva foi estratificada pelas fases do estresse, com variáveis categóricas apresentadas por meio de frequências relativas e absolutas e testadas pelo teste qui-quadrado de Pearson. As variáveis contínuas foram apresentadas por meio das medidas de tendência central (média e mediana) e medidas de dispersão (desvio-padrão e intervalo interquartílico), de acordo com o resultado no teste de normalidade. Modelos de regressão linear foram utilizados para testar associações entre as variáveis dependentes e as fases do estresse. As análises foram conduzidas no software SPSS® versão 25.0 e o nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: A amostra final (n=264) foi composta predominantemente de homens (73,6%), com idade mediana de 40 anos, autodeclarados pardos (49,0%), atuando na região metropolitana do estado (81,9%), em serviços internos (59,2%) e com ensino médio ou técnico completo (65,4%). Ao avaliar o nível de estresse, 48,1% dos SSP foram identificados como estressados, desses 22,8% na fase de resistência e 25,1% na fase de exaustão. A proporção mais elevada de estresse foi observada no sexo feminino (60,3%) (p<0,05). A fase de resistência apresentou associação positiva com o percentual de gordura corporal (β=0,149; IC95%: 0,236 – 5,859), com a gordura corporal central (β=0,188; IC95% = 0,327 – 4,128), gordura corporal total em quilogramas (β=0,165; IC95%: 0,153 – 7,210) e gordura visceral (β=0,181; IC95%: 0,273 – 3,862) mesmo após o ajuste por variáveis de confusão (p<0,05). Ademais, a fase de exaustão apresentou associação negativa com o colesterol total (β = -0,163; IC95%: -28,316 - -1,190), LDL-c (β = -0,156; IC95%: -21,946 – -0,125) e linfócitos percentuais (β = -0,224; IC95%: -6,410 – -1,343). Por outro lado, esta fase se associou positivamente com a Razão Neutrófilo-Linfócitos (β = 0,255; IC95%: 0,176 – 0,669) e com os segmentados percentuais (β = 2,728; IC95%: -1,058 – 6,595) (p<0,05). Conclusão:  O estresse na fase de resistência está associado positivamente com o acúmulo de gordura corporal. Enquanto a fase de exaustão demonstra associações negativas com os níveis de colesterol e linfócitos, e associação positivas com a razão neutrófilo-linfócito e os segmentados percentuais, destacando os impactos diferenciais do estresse em variáveis metabólicas e imunológicas.

Discente:
Daniella Messa Kubit

Orientador:
José Luiz Marques Rocha
Míriam Carmo Rodrigues Barbosa

Data da defesa:
17/05/2024.

Horário:
09h00.

Local:
Webconferência - https://meet.google.com/vmu-ajpz-the

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