Influência da dieta hiperlipídica saturada sobre a morfologia cardíaca em animais propensos e resistentes à obesidade

Nome: VINÍCIUS VALOIS PEREIRA MARTINS
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 28/04/2022
Orientador:

Nomeordem crescente Papel
ANDRÉ SOARES LEOPOLDO Orientador
ANA PAULA LIMA LEOPOLDO Co-orientador

Banca:

Nomeordem crescente Papel
SILVIO ASSIS DE OLIVEIRA JÚNIOR Examinador Externo
FABIANO KENJI HARAGUCHI Examinador Interno
ÉRICA AGUIAR MORAES Suplente Interno
EMILIANO HORACIO MEDEI Suplente Externo
ANDRÉ SOARES LEOPOLDO Orientador

Páginas

Resumo: A prevalência da obesidade tem crescido rapidamente e representa um dos
principais desafios à saúde pública. O excesso de massa corporal contribui
para o estabelecimento de comorbidades como diabetes, hipertensão arterial e
dislipidemias. Essas morbidades associadas à obesidade, induzem a
hipertrofia cardíaca e acúmulo de colágeno intersticial, sendo prejudicial
a fisiologia cardíaca. Contudo, alguns animais e humanos, mesmo consumindo
dietas hipercalóricas e hiperlipídicas, apresentam capacidade de resistir
ao fenômeno de hiperfagia e ganho de gordura corporal, condição esta que
denominamos de Resistência à Obesidade. Poucos estudos investigaram os
efeitos morfológicos cardíacos de dietas hiperlipídicas saturadas às
custas de banha de porco, frente à condição de Resistência à Obesidade.
Assim, a proposta do estudo foi investigar a influência da dieta
hiperlipídica saturada sobre a morfologia cardíaca em animais propensos e
resistentes à obesidade. A hipótese do nosso estudo é que os animais
Resistentes à Obesidade (ROb) apresentem cardioproteção ao remodelamento
cardíaco do tipo patológico devido à maior sensibilidade à insulina e
leptina. Ratos Wistar (n =71), com 30 dias de idade, foram randomizados
inicialmente em dois grupos: a) DP: alimentados com dieta padrão (n = 35) e
b) DHS: alimentados com dieta hiperlipídica saturada (n = 36). O protocolo
experimental consistiu em 2 dois momentos: indução (4 semanas) e
manutenção da obesidade (10 semanas), totalizando 14 semanas consecutivas. Por meio do critério do tercil, utilizando-se a massa corporal (após o início da obesidade), os animais foram redistribuídos em 3 grupos: Controle (C), Obeso (Ob) e ROb. As variáveis de consumo alimentar avaliadas foram: ingestão alimentar, consumo calórico e eficiência alimentar. A
composição corporal foi mensurada por meio da massa e gordura corporal,
além do índice de adiposidade. As alterações metabólicas foram
investigadas pelo teste de tolerância à glicose, dosagens dos níveis
séricos de insulina, leptina e o índice de resistência à insulina
(HOMA-IR). A massa total do coração, ventrículos direito e esquerdo,
átrio e suas respectivas relações com o comprimento da tíbia, bem como a
área seccional transversa (AST) e colágeno miocárdico foram determinadas
para identificar a ausência ou presença de hipertrofia cardíaca. O dano
fisiopatológico foi mensurado a partir da quantificação das enzimas
creatina kinases (CK) e sua subunidade MB, além da lactato desidrogenase
(LDH). Os resultados foram avaliados estatisticamente por meio da ANOVA (um e dois fatores) e complementada com teste de comparações múltiplas de Tukey, sendo o nível de significância considerado de 5%. O consumo calórico, a
eficiência alimentar, as massas corporais finais, gorduras visceral,
retroperitoneal e epididimal, bem como o índice de adiposidade foram
elevados nos grupos Ob e Rob em relação ao C; no entanto, o grupo Rob
apresentou diferença estatística em relação ao Ob para a ingestão
alimentar e consumo calórico (ROb < Ob), bem como para os parâmetros de
adiposidade corporal (Rob < Ob). Esses achados demonstram que os animais ROb apresentaram característica intermediária entre os grupos Ob e C.A área
sob a curva glicêmica, HOMA-IR, insulina e leptina sérica, colesterol total
e HOMA-IR e HDL foram maiores nos grupos expostos a DHS, independente da
condição de resistência ou propensão à obesidade. Entretanto, não houve
diferença significativa em relação ao triglicerídeos dos grupos Ob e ROb
em relação ao grupo C. Os grupos Ob e ROb apresentaram valores
estatisticamente maiores da massa do coração total, VE, VD e suas
respectivas relações com o comprimento da tíbia, bem como da AST e
colágeno miocárdico em relação ao grupo C, caracterizando o processo de
hipertrofia cardíaca em ambos os grupos submetidos à DHS. O biomarcador de
dano cardíaco CK-MB foi maior significativamente nos dois grupos
experimentais submetidos a DHS. Em conclusão, os resultados apontam que
tanto animais propensos quanto resistentes à obesidade apresentam
hipertrofia cardíaca combinada ao acúmulo de colágeno intersticial, além
de alterações na sensibilidade à glicose e elevação dos biomarcadores de
dano cardíaco.

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