DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA ASSOCIADA À DISFUNÇÃO METABÓLICA EM RATOS RESISTENTES À OBESIDADE

Nome: AMANDA RANGEL MADUREIRA

Data de publicação: 16/03/2023

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANA PAULA LIMA LEOPOLDO Orientador

Resumo: Introdução: Os resistentes à obesidade (ROb) apresentam menor ganho de massa e deposição
de gordura corporal ao ingerir dietas com alto teor calórico, fenômeno visualizado tanto em
seres humanos como em animais experimentais. Contudo, não está claro o nível de risco
metabólico nesses indivíduos ROb, tal como o desenvolvimento da doença hepática gordurosa
associada à disfunção metabólica (DHGAM). Estudos avaliando a DHGAM em modelo
dietético de ROb são escassos. Objetivo: Investigar a presença de doença hepática gordurosa
associada à disfunção metabólica, bem como parâmetros metabólicos e aspectos morfológicos
de tecidos adiposos em ratos resistentes à obesidade alimentados com dieta hiperlipídica.
Métodos: 71 ratos Wistar foram submetidos à protocolo de indução à obesidade e exposição à
dieta hiperlipídica, abrangendo 4 semanas de indução e 10 semanas de exposição, totalizando
14 semanas consecutivas. Os ratos foram randomizados inicialmente em dois grupos: a) DP:
alimentados com dieta padrão (n = 35) e b) DH: alimentados com dieta hiperlipídica (n = 36).
Posteriormente, após aplicação do critério de classificação por tercil, os animais foram
redistribuídos em três grupos: a) controle (C, n=12), alimentados com dieta padrão; b) obeso
(Ob, n=12), e c) resistente à obesidade (ROb, n=12), ambos alimentados com dieta
hiperlipídica. Foram analisados a evolução da massa corporal dos animais, a adiposidade, o
comportamento alimentar, características bioquímicas e hormonais, morfologia de tecidos
hepático e adiposos, e quantificação proteica do pIRS-1 hepático por western blotting. A
comparação dos grupos experimentais foi realizada por ANOVA uma ou duas vias,
complementada com teste de comparações múltiplas de Bonferroni ou Tukey para dados
paramétricos e Kruskal-Wallis para dados não paramétricos complementado com teste de
Dunn’s, conforme o caso. O nível de significância considerado para todas as variáveis foi de
5%. Resultados: Ao final do protocolo experimental, os animais do grupo ROb apresentaram
valores intermediários em relação aos demais grupos nas variáveis de massa corporal final,
somatório de depósitos de gordura, leptina sérica e massa total do fígado, sendo estatisticamente
menor que o grupo Ob e maior que o grupo C. Análises bioquímicas de colesterol total e HDL,
bem como os perfis glicêmico e insulinêmico, não diferiram entre os grupos ROb e Ob, sendo
maiores que o grupo C. Avaliações histológicas do TA demonstraram que o grupo ROb
apresentou área de adipócitos semelhante ao grupo Ob e menor número de células de gordura.
Análise morfológica e fisiopatológica do fígado demonstraram DHGAM presente em estágio
inicial no grupo ROb e em estágio mais avançado no grupo Ob, com diagnóstico de esteatohepatite
não alcoólica. A quantificação proteica do pIRS-1 hepático não demonstrou diferenças estatísticas entre os grupos, mas na estatística descritiva apresentou aumento, em relação ao C,
de 114% e 138% nos grupos Ob e ROb, respectivamente. Conclusão: O consumo crônico de
dieta hiperlipídica fonte de gordura saturada promove alterações em tecidos metabólicos de
ratos resistentes à obesidade, bem como o desenvolvimento de doença hepática gordurosa
associada à disfunção metabólica em concomitância à resistência insulínica.

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