Transição de obesidade metabolicamente saudável para obesidade insalubre em adultos do Elsa Brasil: Uma análise longitudinal

Nome: FERNANDA DUARTE MENDES

Data de publicação: 23/07/2024

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
CARLA ROMAGNOLLI QUINTINO Examinador Externo
CAROLINA PERIM DE FARIA Presidente
VALDETE REGINA GUANDALINI Examinador Interno

Resumo: Trata-se de um estudo longitudinal, com dados da linha de base (2008/10) e da onda
3 (2017/19) do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). O objetivo é
descrever a trajetória de status metabólico de indivíduos com obesidade e os fatores
associados à transição para o status não saudável. O status metabólico foi
determinado utilizando: pressão arterial, glicose em jejum e/ou hemoglobina glicada,
triglicerídeos e colesterol HDL. O indivíduo também não deveria ter um diagnóstico
prévio de alteração em nenhum desses parâmetros, nem estar tomando medicação
para controlá-los. Caso algum parâmetro esteja alterado, considera-se como
obesidade metabolicamente não saudável (ObMNS) ou obesidade metabolicamente
saudável (ObMS) na ausência de alterações. A ingestão alimentar foi classificada de
acordo com o grau de processamento dos alimentos, com base na classificação
NOVA. A atividade física foi medida usando o International Physical Activity
Questionnaire (IPAQ). As variáveis sociodemográficas foram coletadas por meio de
um questionário padronizado, com entrevistas conduzidas em cada centro do ELSABrasil.
Para as análises estatísticas, foi usado o Teste t de Student e/ou Mann-
Whitney para as variáveis contínuas e o qui-quadrado ou exato de Fisher para as
categóricas. Foi usado o software SPSS versão 21.0, com nível de significância de
5%. Dos 190 ObMS incluídos na linha de base, 75,8% sofreram transição para o
status ObMNS após, em média, 7,7 anos de acompanhamento. O uso de álcool foi
considerado um fator de risco para a transição de status metabólico [RR: 1,359 (IC
95%: 1,005 - 1,838)]. Além disso, cada aumento de 1 cm na circunferência da
cintura (CC) contribuiu para um aumento de 1% no risco de transição de status
metabólico de saudável para não saudável [RR: 1,011 (IC 95%: 1,004 - 1,018)].
Conclui-se, portanto, que a saúde metabólica é transitória, visto que a maioria dos
participantes sofreu transição de ObMS para ObMNS. O consumo de álcool foi
associado a um maior risco de deterioração do status metabólico. Ademais, o
acúmulo de gordura visceral parece exercer influência no risco de mudança de
status metabólico. Ressalta-se, então, a importância de classificar os indivíduos com
obesidade, para identificar o status metabólico e a presença de fatores de risco para
perda do status saudável.

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