Influência de capsinóides sobre biomarcadores do estresse oxidativo no coração de ratos com obesidade

Nome: KÉSSIA CRISTINA CARVALHO SANTOS

Data de publicação: 26/07/2024

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANA PAULA LIMA LEOPOLDO Coorientador
ANDRE SOARES LEOPOLDO Presidente
CAMILA RENATA CORREA CAMACHO Examinador Externo
KAROLINI ZUQUI NUNES Examinador Interno

Resumo: A obesidade aumenta complicações metabólicas e induz desequilíbrio redox favorecendo o estresse oxidativo no organismo. No sistema cardiovascular, a obesidade e o estresse oxidativo reduzem a flexibilidade metabólica e eficiência cardíaca, bem como acarretam remodelamento e disfunção cardíaca. Neste cenário, os capsinóides, presentes em espécies do gênero Capsicum, surgem como compostos com potencial modulação da obesidade e estresse oxidativo, podendo aumentar o metabolismo energético e as defesas antioxidantes e reduzir danos oxidativos. Portanto, este estudo investigou os efeitos da administração crônica de capsinóides sobre biomarcadores do remodelamento e do estresse oxidativo no coração de ratos com obesidade. Inicialmente, ratos machos Wistar foram randomizados nos grupos dieta padrão (DP; n = 17) e dieta hiperlipídica (DH; n = 27). O protocolo contemplou 27 semanas divididas em: 1) exposição às dietas experimentais (indução e manutenção da obesidade; 19 semanas) e 2) tratamento com capsinóides (8 semanas). Na semana 19, os animais DP e DH foram redistribuídos em: controle (C), obeso (Ob) e obeso com capsinóides (ObCap). Durante o protocolo foram mensurados a ingestão e eficiência alimentar e o consumo calórico. O perfil nutricional foi acompanhado pela aferição da massa, gordura e índice de adiposidade corporal. O teste de tolerância à glicose, índices de homeostase da insulina e perfil lipídico foram utilizados para avaliação de comorbidades. As concentrações plasmáticas de insulina, leptina, adiponectina e glucagon também foram determinadas. O remodelamento cardíaco foi mensurado pela massa do coração e ventrículo esquerdo; o dano cardíaco foi verificado pela mensuração da troponina I sérica. Os biomarcadores do estresse oxidativo cardíaco (malondialdeído - MDA, proteínas carboniladas - CBO, produtos de oxidação avançada de proteínas - AOPP e capacidade antioxidante - FRAP) e a atividade das enzimas superóxido dismutase e catalase foram analisados. Os resultados indicam que a dieta hiperlipídica aumentou a massa corporal no grupo DH a partir da 16ª semana. A obesidade elevou a massa adiposa e os níveis de leptina, colesterol e insulina. Com exceção do colesterol, o tratamento com capsinóides não promoveu redução nestes parâmetros. No coração, no Ob houve aumento das massas do coração e VE, porém sem diferença após normalização pelo comprimento da tíbia, tampouco houve diferença com ObCap para tais parâmetros. Em relação à troponina I, não houve diferença na obesidade, porém os capsinóides provocaram redução deste marcador. Considerando os marcadores oxidativos, os animais Ob apresentaram maiores quantidades de CBO e AOPP em comparação ao C, entretanto, sem efeitos do tratamento com capsinóides; ratos ObCap apresentaram ainda níveis mais elevados de MDA em relação aos Ob. Em relação à atividade antioxidante, os ratos Ob e ObCap apresentaram FRAP aumentados, mas sem diferenças entre os grupos. Em adição, nos ObCap houve maior atividade das enzimas antioxidantes. Em conclusão, apesar do modelo de obesidade não acarretar remodelamento cardíaco, os capsinóides induziram redução da troponina I e elevação da atividade antioxidante enzimática. Todavia, promoveu maior peroxidação lipídica no coração, sugerindo que na dose analisada, os capsinóides não constituem uma estratégia positiva para modulação nos biomarcadores oxidativos.

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