INFLUÊNCIA DE DIFERENTES TIPOS DE DIETAS HIPERCALÓRICAS SOBRE PARÂMETROS METABÓLICOS, INFLAMATÓRIOS E DE ESTRESSE OXIDATIVO
Nome: JÉSSIKA BUTCOVSKY BOTTO SARTER KOBI
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 12/04/2019
Orientador:
Nome | Papel |
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ANDRÉ SOARES LEOPOLDO | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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ANDRÉ SOARES LEOPOLDO | Orientador |
CAMILA RENATA CORREA CAMACHO | Examinador Externo |
FABIANO KENJI HARAGUCHI | Examinador Interno |
MÁRCIA REGINA HOLANDA DA CUNHA | Suplente Externo |
ROGERIO GRACA PEDROSA | Suplente Interno |
Resumo: Introdução: A obesidade é considerada epidemia mundial e um grave problema de saúde pública do século XXI. O consumo de dietas hipercalóricas pode ser o principal contribuinte para a atual epidemia de sobrepeso, obesidade e suas comorbidades em todo o mundo. O excesso de tecido adiposo afeta o metabolismo mitocondrial, contribuindo para o desenvolvimento de estresse oxidativo. Outro aspecto importante é a relação entre obesidade e doenças metabólicas com estado crônico de inflamação. Objetivo: Investigar a influência de três tipos de dietas hipercalóricas sobre parâmetros metabólicos, inflamatórios e de estresse oxidativo em modelo experimental. Material e Métodos: Este estudo foi aprovado pela Comissão Ética no Uso de Animais da Universidade Federal do Espírito Santo (08/2016). Ratos Wistar (n=40), com 30 dias de idade, foram distribuídos aleatoriamente em quatro grupos: controle (C), hiperglicídico rico em sacarose (HS), hiperlipídico (HL), hiperlipídico com sacarose (HLS) por 20 semanas. Os perfis nutricional, metabólico, hormonal e bioquímico, bem como as análises histológicas dos tecidos adiposo e hepático foram avaliados. A inflamação foi avaliada por meio da análise dos níveis séricos de marcadores inflamatórios, como a interleucina 6 (IL-6) e adiponectina. A atividade das enzimas antioxidantes superóxido dismutase (SOD) e catalase (CAT) no soro e os biomarcadores de estresse oxidativo no soro e homogenatos de tecido adiposo visceral e epididimal (malondialdeído - MDA e proteínas carboniladas) foram determinados. Os dados foram expressos como média ± erro padrão da média ou mediana ± intervalo interquartil, sendo submetidos à análise de variância (ANOVA) uma via (dieta) para amostras independentes e duas vias (dieta e tempo) para o modelo de medidas repetidas, complementadas com o teste post hoc de Tukey e/ou Kruskal-Wallis. O nível de significância adotado foi 5%. Resultados: O HL promoveu obesidade com elevação significativa do peso corporal final (HL: 658 ± 43 vs. C: 525 ± 17 e HS: 543 ± 16, p<0,05), gordura corporal (HL: 71 ± 7 vs. C: 44 ± 2 e HS: 44 ± 4, p<0,05) e índice de adiposidade (HL: 11 ± 1 vs. C: 8,4 ± 0,3 e HS: 7,9 ± 0,5, p<0,05) em relação aos grupos C e HS. As comorbidades associadas à obesidade foram a intolerância à glicose visualizada por maior área sob a curva glicêmica (ASC) nos grupos HL e HLS que o C (HL = 1521 ± 57 e HLS = 1460 ± 45 vs. C = 1234 ± 65, p<0,05). Em adição, foi visualizado hipertensão arterial em todos os grupos experimentais quando comparados ao C. Em relação aos parâmetros hormonais e bioquímicos, não houve diferença significativa entre os grupos experimentais. Os grupos experimentais apresentaram aumento na deposição de gotículas de gordura no tecido hepático quando comparados ao grupo C, embora as áreas dos adipócitos tenham sido similares. As concentrações dos biomarcadores de estresse oxidativo (MDA e proteínas carboniladas) no soro e tecido adiposo visceral e epididimal foram similares entre os grupos. Além disso, não houve diferença significativa para a atividade das enzimas antioxidantes SOD e CAT no soro. Os marcadores inflamatórios (IL-6 e adiponectina) também apresentaram resultados similares entre os grupos. Conclusão: O modelo hiperlipídico isoladamente foi eficaz no desencadeamento da obesidade e comorbidades associadas, contudo todos os modelos experimentais de dietas hipercalóricas foram incapazes de promover estresse oxidativo e inflamação.