ASSOCIAÇÃO ENTRE ÁCIDO ÚRICO SÉRICO E VARIÁVEIS DE
RISCO CARDIOMETABÓLICO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Nome: DEYSE MAGDINIER DUTRA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 03/06/2020
Orientador:
Nome | Papel |
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CAROLINA PERIM DE FARIA | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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CAROLINA PERIM DE FARIA | Orientador |
DIVANEI DOS ANJOS ZANIQUELI | Examinador Externo |
JOSE GERALDO MILL | Suplente Externo |
MIRIAM CARMO RODRIGUES BARBOSA | Suplente Interno |
VALDETE REGINA GUANDALINI | Examinador Interno |
Resumo: Introdução: O ácido úrico (AU), produto final do
metabolismo das purinas, em concentrações elevadas é considerado um fator
de risco para diferentes doenças, porém, na infância e adolescência
existem poucos estudos que avaliam a relação do ácido úrico com
alterações cardiometabólicas. O objetivo do estudo foi avaliar os níveis
de ácido úrico em crianças e adolescentes e sua relação com variáveis
de risco cardiometabólico. Métodos: Trata-se de um estudo transversal com
791 crianças e adolescentes de 6 a 18 anos, de ambos os sexos. As variáveis
antropométricas analisadas foram a estatura, peso, perímetro da cintura
(PC), percentual de gordura corporal (%GC) e o índice de massa corporal
(IMC), as medidas hemodinâmicas foram a pressão arterial sistólica e
diastólica e a velocidade da onda de pulso carótida-femoral (VOP-cf). No
sangue foram medidos o ácido úrico, a glicose, colesterol total (CT),
lipoproteína de alta densidade (HDL-c), lipoproteína de baixa densidade
(LDLc) e colesterol não HDL (Não-HDLc). A maturação sexual foi
classificada pela escala de tanner em pré-púbere (estágio I) e púbere
(estágio II, III, IV e V). Utilizou-se teste t de Student ou análise de
variância seguida do teste de Tukey para comparar a diferença entre as
médias e teste do qui-quadrado para as proporções. As análises foram
realizadas pelo teste de correlação de Pearson e regressão linear. O
nível de significância foi estabelecido em p<0,05. Resultados: A amostra
foi composta por 56,4% (n=446) de meninos e 43,6% (n=345) de meninas, com
média de idade de 11,3 ± 2,7 anos. A Média de ácido úrico da amostra foi
de 3.99 ± 1,04 mg/dl, o sexo e a puberdade influenciaram nos valores de
ácido úrico, sendo mais elevado nos meninos e nos púberes (p<0,05). As
variáveis que apresentaram correlações mais fortes com o ácido úrico em
ambos os sexos foram o peso e o PC (p<0,001). Nos meninos as variáveis que
se mantiveram associadas ao ácido úrico foram o percentil de IMC
(β=0,006), PC (β=0,047), pressão arterial sistólica (β=0,041),
diastólica (β=0,010) e VOP-cf (β=0,238) (p<0,05). Nas meninas estavam
associados ao AU o percentil de IMC (β=0,009), PC (β=0,036), %GC
(β=0,030), HDLc (β=-0,012) e triglicerídeos (β=0,004) (p<0,05).
Conclusão: O ácido úrico sérico apresenta distribuição diferente entre
os sexos em relação ao estágio de maturação sexual. Nas meninas as
variáveis antropométricas e variáveis do perfil lipídico estavam
associadas ao ácido úrico, e nos meninos além das variáveis
antropométricas, a pressão arterial e a VOP esteve associada ao ácido
úrico. Dessa forma, os dados demonstram uma associação entre os níveis de
ácido úrico sérico e alterações cardiometabólicas distintas entre os
sexos, sendo importante a utilização de novos marcadores de risco como o
ácido úrico, para controle e investigação dessas alterações na saúde
da população.