Comer transtornado e fatores associados em universitários durante a primeira onda da pandemia da COVID-19
Nome: NATALIA RUBIM DE MEDEIROS GOTTARDI
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 29/04/2022
Orientador:
Nome | Papel |
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FABÍOLA LACERDA PIRES SOARES | Orientador |
LUCIANE BRESCIANI SALAROLI | Co-orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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FABÍOLA LACERDA PIRES SOARES | Orientador |
FERNANDA RODRIGUES DE OLIVEIRA PENAFORTE | Examinador Externo |
FLÁVIA GONÇALVES MICALI | Suplente Externo |
JOSÉ LUIZ MARQUES ROCHA | Examinador Interno |
LUCIANE BRESCIANI SALAROLI | Coorientador |
Páginas
Resumo: O início do estudo universitário é um grande estressor para os jovens, e
está associado a maior incidência de comer transtornado. Diversos fatores
colaboram para essas alterações no comportamento alimentar, e no cenário
atual destaca-se a pandemia da COVID-19. O objetivo deste trabalho foi
avaliar o comer transtornado e seus fatores associados em estudantes de
graduação da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) durante a
primeira onda da pandemia da COVID-19 no Brasil. Foram convidados todos os
estudantes matriculados em cursos presenciais da UFES. A coleta de dados foi
realizada entre os meses de maio e junho de 2020, através de um
questionário semiestruturado online com informações autorreferidas. O
comer transtornado foi avaliado através de um questionário validado
(Disordered Eating Attitude Scale - short), onde escores mais altos
representam atitudes alimentares mais disfuncionais. A pontuação de cada
questão foi somada, e a partir da mediana obtida os participantes foram
distribuídos entre: Abaixo da mediana ou Igual ou superior à
mediana. Para a análise estatística foi utilizado o software SPSS®
versão 22.0, sendo adotado o nível de significância de 5%. Aceitaram
participar da pesquisa 936 universitários, sendo a maioria do sexo feminino
(n = 667; 71,3%). Os resultados mostraram que apresentar sintomatologia de
síndrome gripal (OR = 1,605; IC = 1,144-2,252; P = 0,006) e mudanças
negativas no humor (OR = 1,628; IC = 1,110-2,387; P = 0,013) aumentou as
chances de uma maior pontuação na escala do comer transtornado. Além
disso, o ganho de peso também aumentou significativamente essas chances (OR = 1,739; IC = 1,298-2,329; P < 0,001), sendo inclusive três vezes maiores em quem apresentava obesidade (OR = 3,089; IC = 1,899-5,024; P < 0,001). Seguir perfil fitness / de saúde em mídias sociais dobrou as as chances de apresentar pontuação igual ou acima da mediana na escala do comer
transtornado (OR = 2,050; IC = 1,505-2,793; P < 0,001), associação também
observada com uma percepção corporal inadequada (OR = 2,416; IC =
1,576-3,705; P < 0,001) e insatisfação corporal (OR = 2,612; IC =
1,558-4,378; p < 0,001). Se associaram, portanto, a uma maior pontuação na
escala do comer transtornado as variáveis relacionadas à pandemia, estado
nutricional e comportamentais. Esses resultados podem contribuir para o
estabelecimento de medidas com o objetivo mitigar os efeitos desfavoráveis
da pandemia sobre o comportamento alimentar dessa população.