A qualidade da alimentação e fatores antropométricos, socioeconômicos e de saúde em crianças de 7 a 9 anos de idade
Nome: FERNANDO BARBOSA DE SOUZA
Data de publicação: 20/11/2023
Banca:
Nome | Papel |
---|---|
LUIZ CARLOS DE ABREU | Examinador Interno |
MARIA DEL CARMEN BISI MOLINA | Coorientador |
MARIA DEL PILAR MONTERO LOPEZ | Examinador Externo |
MIRIAM CARMO RODRIGUES BARBOSA | Presidente |
Resumo: Um padrão alimentar com um maior consumo de ultraprocessados, bebidas
açucaradas e um baixo consumo de alimentos in natura tem sido observado no público
infantil. Essas mudanças na qualidade da alimentação e um estilo de vida sedentário
são propostas como principais fatores etiológicos da obesidade e de doenças crônicas
relacionadas ao excesso de peso em crianças. Uma dieta variada e com boa
qualidade é apontada como eficaz na redução do risco de desenvolver o excesso de
peso na infância. Por esta razão, é importante a aplicação de métodos que avaliem a
qualidade da dieta, bem como a identificação de outros fatores que possam interferir
no ganho de peso nas crianças. Entender como essas variáveis afetam a saúde da
criança e interferem em suas escolhas alimentares pode servir como norte para
criação de futuras intervenções neste público, melhorando assim a qualidade de vida
e trabalhando para gerar adultos saudáveis. Objetivo: Avaliar a relação entre a
qualidade da alimentação e fatores antropométricos, socioeconômicos e de saúde em
crianças de 7 a 9 anos de idade. Método: Trata-se de um estudo com delineamento
transversal conduzido em crianças de 7 a 9 anos completos de idade. Foram coletados
dados socioeconômicos, medidas antropométricas, hábitos de sono, tempo de
exposição a telas e um questionário de frequência alimentar. Foi realizada uma
análise descritiva dos dados e posteriormente foram realizadas análises inferenciais
com o teste de Qui-quadrado e a realização de uma regressão logística multinominal.
Resultados: Foram avaliados um total de 336 crianças com 7 a 9 anos de idade,
sendo 157 (46,7%) meninos e 179 (53,3%) meninas. Com relação à qualidade da dieta
109 (32,4) crianças apresentaram uma alimentação de baixa qualidade, 135 (40,2) de
média qualidade e 92 (27,4) de boa qualidade. Foi encontrado uma diferença
estatisticamente significativa em relação ao tempo de exposição a telas e a qualidade
da alimentação tanto para meninos quanto para meninas (p-valor 0,010 e 0,025
respectivamente). A regressão logística multinominal revelou que os meninos com um
tempo de tela adequado possuem uma chance 7,54 vezes maior de terem uma boa
alimentação enquanto as meninas possuem uma chance 3,26 vezes maior.
Conclusão: A qualidade da alimentação das crianças pode ser afetada pelo tempo
de tela. Porém, a qualidade da alimentação não esteve associada com o IMC e demais
variáveis. Mais estudos devem ser realizados para investigar melhor como a exposição alongada a dispositivos eletrônicos podem afetar as escolhas alimentares
dessas crianças e favorecer o ganho de peso.