Análise de métodos diagnósticos para rastreio da sarcopenia e adiposidade abdominal em mulheres com câncer de mama não metastáticos
Nome: VANUSA FELICIO DE SOUZA MAMEDE
Data de publicação: 20/09/2023
Banca:
Nome | Papel |
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CARINA ROSSONI | Examinador Externo |
JOSE LUIZ MARQUES ROCHA | Coorientador |
LUIS CARLOS LOPES JUNIOR | Examinador Interno |
VALDETE REGINA GUANDALINI | Presidente |
Resumo: Durante o tratamento do câncer mama (CM), pode ocorrer perda da força e massa muscular e redução do desempenho físico, definido como sarcopenia. Outra alteração observada é o aumento da adiposidade corporal, sobretudo o tecido adiposo visceral (TAV), associado a piores desfechos clínicos nesta população. Diante das implicações, este estudo teve como objetivos: 1. Comparar a precisão diagnóstica do SARC-CalF e SARC-CalF com perímetro da panturrilha (PP) ajustado pelo índice de massa corporal (IMC) na avaliação do risco de sarcopenia; 2. Avaliar a associação entre medidas de adiposidade central antropométrica e por imagem em mulheres com CM. Estudo transversal realizado em mulheres diagnosticadas com CM, em até 12 meses, com idade superior a 30 anos em atendimento ambulatorial. O risco de sarcopenia foi avaliado pelos questionários SARC-F, SARC-CalF e SARC-CalF com PP ajustado pelo IMC. A adiposidade abdominal foi avaliada pelo perímetro da cintura (PC) e pelo TAV, obtido pelo exame de Absorciometria por raios X de dupla energia (DXA). Testes Anova, Kruskal-Wallis, Qui-Quadrado e Exato de Fisher foram aplicados para as análises bivariadas. Análises de correlação de Spearman e modelos de regressão linear multivariada foram aplicados para verificar a associação do PC com o TAV tendo como referência a faixa etária. O nível de significância adotado foi de 5%. Considerando SARC-F 2 como referência, o SARC-CalF apresentou sensibilidade de 9,10%, especificidade de 81,4%, AUC de 0,86 [(0,79 - 0,93); p <0,001]. O SARC-CalF com CC ajustado para IMC apresentou sensibilidade de 41,8%, especificidade de 83,1% e AUC de 0,70 [(0,60 - 0,80) p<0,001]. Quando considerado SARC-F 4 como referência, o SARC-CalF apresentou sensibilidade de 16,6%, especificidade de 75,0% e AUC de 0,84 [(0,77 - 0,91); p<0,001]. O SARC-CalF com CC ajustado para o IMC apresentou sensibilidade de 55,5%, especificidade de 79,4% e AUC de 0,80 [(0,69- 0,91) p<0,001]. Foi observado forte correlação do PC com TAV de mulheres adultas (r= 0,83; p= <0,001) e idosas (r=0,70; p= <0,001). O TAV ainda se correlacionou com o índice de massa muscular esquelética apendicular (IMMEA) (r= 0,51; p= <0,001), percentual de gordura corporal (%GC) (r=0,73; p<0,001) e IMC (r=0,78; p<0,001). O PC se correlacionou com IMMEA (r= 0,60; p<0,001), IMC (r= 0,84; p<0,001) e %GC (r= 0,84; p<0,001). Após modelos ajustados, o PC manteve-se associado ao TAV em adultas (= 2,60; IC= 1,31-3,87; P= <0,001) e idosas ( = 1,70; IC= 0,43-2,97; p= 0,010). Este estudo mostrou que o SARC-Calf com PP ajustado para IMC apresenta melhor capacidade preditiva para avaliar o risco de sarcopenia e o PC demostrou-se ser indicador confiável e uma alternativa segura para o TAV para identificar de gordura visceral, em mulheres CM, e ambos serem simples, rápidos e não invasivos.