Influência dos capsinóides sobre a contratilidade e morfologia cardíaca de ratos com obesidade
Nome: LUCAS FURTADO DOMINGOS
Data de publicação: 13/08/2024
Banca:
Nome | Papel |
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ANA PAULA LIMA LEOPOLDO | Coorientador |
ANDRE SOARES LEOPOLDO | Presidente |
DANILO SALES BOCALINI | Examinador Interno |
DIJON HENRIQUE SALOME DE CAMPOS | Examinador Externo |
Resumo: A obesidade é uma doença crônica multifatorial, caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura. A elevação da adiposidade pode acarretar diversos prejuízos ao sistema cardiovascular, entre eles, remodelamento cardíaco patológico e prejuízo da função miocárdica, respectivamente. Atualmente, alimentos e compostos funcionais têm sido utilizados por consumidores na tentativa de redução da gordura corporal, entre eles, os capsinóides (compostos análogos à capsaicina encontrada na pimenta). Esses compostos bioativos têm demonstrado efeitos termogênicos, sendo capaz de promover alterações fisiológicas e auxiliar na digestão alimentar, influenciando diretamente na perda de massa corporal. A literatura tem demonstrado que os capsinóides atuam na mobilização de lipídios por meio da ativação do receptor de potencial transitório vanilóide tipo 1 (TRPV1), contudo, possíveis efeitos colaterais em diferentes órgãos-alvo, especificamente, no tecido cardíaco ainda permanecem pouco esclarecidos. O objetivo do estudo foi investigar os efeitos da administração crônica de capsinóides sobre a contratilidade e morfologia cardíaca de ratos com obesidade (Ob) induzidos por dieta hiperlipídica saturada. Ratos Wistar (n = 41) foram aleatoriamente randomizados, induzidos e expostos à diferentes dietas experimentais: dieta normocalórica (DN) e o grupo DH alimentado com dieta hiperlipídica com banha de porco por um período de 27 semanas consecutivas. Após 19 semanas, os animais foram renomeados e redistribuídos em mais dois grupos quanto a presença e/ou ausência de capsinoides: Controle (C); Obeso (Ob); Controle suplementados com capsinoides (CCap); Obeso suplementado com capsinóides (ObCap). Os CCap e ObCap receberam capsinóides na dose de 10 mg/Kg por meio de gavagem orogástrica. A massa e gordura corporal, índice de adiposidade corporal, assim como alterações nos perfis cardiovasculares, metabólicos e hormonais foram determinados. A contratilidade miocárdica foi analisada em cardiomiócitos isolados. Os resultados demonstram que não houve diferença na evolução de massa corporal entre os grupos DN e DH até a semana 19, no entanto, a partir desse momento, a massa e o ganho corporal final foram elevados em relação ao DH. Após o período de tratamento com capsinóides, observou-se que os depósitos de gordura e, consequentemente, a gordura total dos animais Ob foram significativamente maiores do que o grupo C, no entanto, o a adiposidade foi similar entre os grupos Ob e ObCap. Contudo, a gordura retroperitoneal do grupo ObCap foi pontualmente aumentada em relação ao grupo Ob. Em adição, os resultados mostraram que houve elevação dos níveis de insulina, leptina e colesterol no grupo Ob quando comparado ao grupo C, porém sem alterações nesses parâmetros e nos perfis lipídicos e hormonais entre os grupos Ob e ObCap. Não foram observadas diferenças na massa do coração, comprimento da tíbia e sua respectiva relação. Os parâmetros funcionais de cardiomiócitos isolados não demonstraram alterações na contratilidade miocárdica; o tratamento com capsinóides não acarretou melhora dos parâmetros contráteis. Em conclusão, o tratamento com capsinóides, como estratégia não farmacológica, não modulou positivamente a contratilidade miocárdica na obesidade.