Relação entre níveis séricos de vitamina D, adiposidade corporal e força muscular de mulheres com câncer de mama
Nome: MARIA RITA PEREIRA DA SILVA GARCIA RAFALSKY
Data de publicação: 30/08/2024
Banca:
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Papel |
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FABIOLA LACERDA PIRES SOARES | Examinador Interno |
JOSE LUIZ MARQUES ROCHA | Coorientador |
MARIA CLAUDIA BERNARDES SPEXOTO | Examinador Externo |
VALDETE REGINA GUANDALINI | Presidente |
Resumo: O câncer de mama (CM) é o tipo de câncer mais prevalente entre as mulheres no Brasil e no mundo. Entre as alterações da composição coporal, o ganho de massa gorda e o comprometimento da força e massa muscular são comuns. A adiposidade corporal tem sido associada a baixos níveis de vitamina D em várias populações. Em mulheres com CM, a deficiencia de vitamina D pode ser ainda mais prejudicial devido suas funções na regulação da homeostase do cálcio, propriedades oncoprotetoras e influência sobre o tecido muscular e força muscular (FM). Este estudo teve os seguintes objetivos: 1) Investigar a associação entre o índice de massa gorda (IMG) e os níveis séricos de vitamina D em mulheres diagnosticadas com CM; 2) Analisar a relação entre os níveis séricos de vitamina D e a FM. Trata-se de um estudo transversal, observacional e não probabilístico, com mulheres adultas diagnosticadas com CM até 12 meses, atendidas em um hospital universitário. Foram coletados dados sociodemográficos, clínicos, estilo de vida, composição corporal, antropométricos e bioquímicos. A avaliação da composição corporal foi obtida por absorciometria por raios X de dupla energia (DXA). Testes de Kolmogorov-Smirnov, Exato de Fisher, Qui-Quandrado Particionado, Anova e Kruskal-Wallis foram realizados para as análises estatísticas. Modelos de regressão logística multinomial foram utilizados para investigar a associação entre IMG e níveis de vitamina D (manuscrito 1), considerando a suficiência de vitamina D como referência, e para avaliar a associação entre níveis de vitamina D e FM (manuscrito 2), considerando o terceiro tercil de força como referência. O nível de significância adotado foi de 5% para todos os testes.. No primeiro manuscrito, 135 mulheres foram avaliadas. 66,7% eram adultas, 65,2% autodeclaradas pretas/pardas, 59,3% insuficientemente ativas, 76,1% não consumiam bebidas alcoólicas e 94,1% não fumavam. Em relação à vitamina D, 17,8% apresentavam deficiência, 57,8% insuficiência e 24,4% níveis suficientes. A maior parte das mulheres tinham diagnóstico 6 meses (83,3%), carcinoma mamário invasivo (71,9%), receptor hormonal positivo (85,0%), subtipo molecular luminal B (50,5%) e estadiamento IIA/IIB (46,3%). Diferenças significativas foram encontradas entre níveis séricos de vitamina D e IMC, percentual de gordura corporal (%GC), gordura abdominal visceral (GAV), IMG e índice de massa muscular esquelética apendicular (IMMEA) (p<0,05), quando comparados tanto a insuficiência quanto a deficiência de vitamina D com referência. O IMG foi associado à insuficiência de vitamina D (OR: 2,26, IC 95%: 1,38 – 3,72, p= 0,001) e deficiência de vitamina D (OR: 2,21, IC 95%: 1,26 – 3,91, p = 0,006). No manuscrito 2, foram avaliadas 151 mulheres. 67,5% eram adultas, 66,9% autodeclaradas pretas/pardas, 58,9% insuficientemente ativas, 81,3% não consumiam bebidas alcoólicas e 96,6% não fumavam. 84,4% apresentavam tempo de diagnóstico 6 meses, carcinoma mamário invasivo (67,8%), subtipo molecular luminal B (47,3%) e estadiamento IIA/IIB (47,8%). As mulheres estavam majoritariamente em excesso de peso (70,2%) e apresentavam níveis insuficientes de vitamina D (69,5%). Os níveis séricos insuficientes de vitamina D foram associados ao 1º e 2º tercil de FM (OR: 5,74, IC 95%: 1,77–18,64, p=0,004; OR: 4,48, IC 95%: 1,34–14,97, p=0,015, respectivamente).