Efeitos do ácido palmitoleico n7 na modulação da função metabólica e endócrina do tecido adiposo perivascular de ratos ou humanos com obesidade

Resumo: As complicações associadas à obesidade estão diretamente relacionadas ao risco de desenvolver ou agravar distúrbios metabólicos e cardiovasculares, devido ao estado inflamatório e de estresse oxidativo provocado pelo excesso de adiposidade. Certas moléculas sinalizadoras, tais como os ácidos graxos de cadeia longa, são conhecidamente capazes de modular o funcionamento células e dos tecidos por mecanismos distintos, que favorecem ou previnem o desenvolvimento das doenças cardiovasculares, diabetes tipo II e obesidade. O ácido palmitoleico n7 (16:1n7) é um ácido graxo monoinsaturado, ômega 7, de dezesseis carbonos, sintetizado endogenamente em células como adipócitos e hepatócitos como resultado da dessaturação do ácido palmítico (16:0). Além da síntese endógena, o 16:1n7 também pode ser encontrado no óleo de semente de macadâmia (cerca de 30% do total de lipídeos) e na polpa de espinheiro-marítimo (Hippophae rhamnoides - cerca de 30% do total de lipídeos). Foi descrito, anteriormente, que este ácido graxo tem efeitos benéficos sobre os processos metabólicos e inflamatórios do tecido muscular esquelético e hepático em animais, bem como melhora o perfil lipídico do sangue de humanos. De modo muito relevante, nosso grupo de pesquisa publicou uma série de estudos nos quais demonstramos que o 16:1n7 atua como uma importante molécula sinalizadora e moduladora do tecido adiposo branco. Através de experimentos in vivo e in vitro utilizando o tecido adiposo e os adipócitos isolados de camundongos ou de humanos com obesidade, mostramos que o tratamento com 16:1n7 exerce, nesse tecido, efeitos anti-hipertróficos, aumentam a captação de glicose e a sensibilidade à insulina, atenuam a super expressão de citocinas pró-inflamatórias, modula a adipogênese e influencia o metabolismo das células do estroma vascular circundantes. Além disso, provamos que parte desses efeitos promovidos pelo 16:1n7 nos adipócitos, ocorrem através de um mecanismo de sinalização dependente da sua ligação aos receptores nucleares PPARa e PPARy. Apesar de todos os efeitos desse ácido graxo no fígado, músculo esquelético e tecido adiposo, ainda não foi demonstrado se o 16:1n7 também modula o funcionamento do tecido adiposo perivascular, especialmente diante de organismos acometidos por doenças tais como a obesidade, hipertensão arterial diabetes mellitus tipo 2. No presente estudo, portanto, nós testamos a hipótese de que o 16:1n7 é capaz de modular o metabolismo energético, a produção de adipocinas, a inflamação e o estresse oxidativo no tecido adiposo perivascular de ratos com obesidade e humanos com obesidade. Este projeto utilizará amostras de tecidos coletados nos projetos de pesquisa aprovados na Comissão de Ética no Uso de Animais 01/2023 e no Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Cassiano Antônio Morais em Vitória, sob o protocolo número 5.517.685.

Data de início: 01/08/2022
Prazo (meses): 48

Participantes:

Papelordem decrescente Nome
Coordenador ANDRESSA BOLSONI LOPES
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