Defesa de dissertação - Ana Beatriz Rechinelli

Título do trabalho:
“Análise da relação entre obesidade abdominal e força muscular com desfechos clínicos em mulheres com câncer de mama”

Resumo:

Mulheres com câncer de mama (CM) frequentemente sofrem alterações de composição corporal, evidenciadas principalmente pelo aumento da adiposidade abdominal, caracterizada pela obesidade abdominal (OA) e perda de força muscular (FM), denominada dinapenia. A coexistência dessas duas condições originou um novo termo, denominado obesidade abdominal dinapênica (OAD). OAD está associada a prejuízos no prognóstico do paciente, incluindo desempenho físico reduzido, possíveis alterações no tecido ósseo e suas complicações de saúde relacionadas. Diante destas implicações, este estudo teve como objetivos: 1. Investigar a presença da OAD e sua associação com o desempenho físico de mulheres com CM; 2: Verificar a associação entre a força muscular e a densidade mineral óssea (DMO) em mulheres com CM. Tratou-se de um estudo transversal observacional, de amostragem por conveniência, realizado entre janeiro de 2021 a fevereiro de 2024. Incluiram-se mulheres com diagnóstico de CM não metastático em até 12 meses e idade superior a 30 anos, atendidas no ambulatório de mastologia de um hospital universitário. Foram coletadas informações sociodemográficas, de estilo de vida, clínicas, de composição corporal e antropométricas. Para o manuscrito 1, foi considerado o perímetro de cintura (PC) e a força de preensão manual (FPM) para diagnóstico da OAD, além do Timed Up and Go Test para avaliar o desempenho físico. No manuscrito 2, foi considerada a força de preensão manual (FPM) e a DMO, obtida pela absorciometria por raios X de dupla energia (DXA). Testes Anova, Kruskal-Wallis, Qui-Quadrado Parccionado e Exato de Fisher foram aplicados para as análises bivariadas. Análises de regressão logística multinomial foram aplicadas para verificar a associação entre o desempenho físico e a OAD e entre a FM com as categorias de DMO.O nível de significância adotado foi de 5%. Na análise de associação entre o desempenho físico e a OAD, foram avaliadas 135 mulheres com média de idade de 54.7 ± 11.4 anos. Considerando o grupo sem OA e sem dinapenia como referência, mulheres com OAD apresentaram maiores chances de redução de desempenho físico (OR: 2.22, IC 95%: 1.38-3.58, p=0.001). Ao avaliar a associação entre a FM e DMO de pacientes com CM, foram incluídas 128 mulheres com média de idade de 54.7 ± 11.3 anos. Considerando o grupo com DMO normal como referência, a força muscular preservada reduziu as chances das pacientes apresentarem osteopenia e osteoporose em 39% (OR: 0.61, IC 95%: 0.42-0.89, p= 0.010) e 42% (OR: 0.58, 95% IC: 0.40-0.85, p= 0.006), respectivamente. Este estudo concluiu que a identificação da OAD em mulheres com CM, bem como a preservação da FM, pode mitigar os efeitos negativos associados ao desempenho físico e qualidade óssea, respectivamente. Isso contribui para um prognóstico favorável e para o desenvolvimento de diretrizes clínicas que propiciem um melhor cuidado nutricional para essas pacientes.

Discente:
Ana Beatriz Rechinelli

Orientador:
Valdete Regina Guandalini
José Luiz Marques Rocha

Data da defesa:
14/08/2024.

Horário:
10h00.

Local:
Webconferência - https://meet.google.com/qcf-ween-wsa

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