Defesa de dissertação – Késsia Cristina Carvalho Santos

Título do trabalho:
“Influência de capsinóides sobre biomarcadores do estresse oxidativo no coração de ratos com obesidade”

Resumo:

A obesidade aumenta complicações metabólicas e induz desequilíbrio redox favorecendo o estresse oxidativo no organismo. No sistema cardiovascular, a obesidade e o estresse oxidativo reduzem a flexibilidade metabólica e eficiência cardíaca, bem como acarretam hipertrofia e disfunção cardíaca. Neste cenário, os capsinóides, compostos presentes em espécies do gênero Capsicum, surgem como moléculas com potencial modulação da obesidade e do estresse oxidativo, podendo aumentar o metabolismo energético e as defesas antioxidantes, assim como reduzir danos oxidativos. Portanto, este estudo investigou os efeitos da administração crônica de capsinóides sobre biomarcadores do estresse oxidativo no coração de ratos com obesidade. Inicialmente, ratos machos Wistar foram randomizados em dois grupos: dieta padrão (DP; n = 17) e dieta hiperlipídica (DH; n = 27). O protocolo contemplou 27 semanas divididas em: 1) exposição às dietas experimentais (indução e manutenção da obesidade; 19 semanas) e 2) tratamento com capsinóides (8 semanas). Na semana 19, os animais DP e DH foram redistribuídos em: controle (C), obeso (Ob) e obeso com capsinóides (ObCap). Durante o protocolo foram mensurados: a ingestão e eficiência alimentar e o consumo calórico. O perfil nutricional foi investigado pelo acompanhamento da massa, gordura e índice de adiposidade corporal. O teste de tolerância à glicose, índices de homeostase da insulina e perfil lipídico foram utilizados para avaliação de comorbidades. As concentrações plasmáticas de insulina, leptina, adiponectina e glucagon também foram determinadas. O remodelamento cardíaco foi mensurado pela massa do coração e ventrículo esquerdo; o dano cardíaco foi verificado pela mensuração da troponina I sérica. Os biomarcadores do estresse oxidativo cardíaco (malondialdeído - MDA, proteínas carboniladas - CBO, produtos de oxidação avançada de proteínas - AOPP e capacidade antioxidante - FRAP) e a atividade das enzimas superóxido dismutase e catalase foram analisados. Os resultados indicam que a dieta hiperlipídica induziu aumento da massa corporal no grupo DH a partir da 16a semana. A obesidade elevou a massa adiposa e os níveis de leptina, colesterol e insulina. Com exceção do colesterol, o tratamento com capsinóides não promoveu redução nestes parâmetros. No coração, houve aumento das massas do coração e VE no Ob, porém não foi observada diferença após normalização pelo comprimento da tíbia, tampouco houve diferença com ObCap para tais parâmetros. Em relação à troponina I, não houve diferença na obesidade, porém, os capsinóides reduziram as concentrações deste marcador. Considerando os marcadores oxidativos, os resultados mostram que os animais Ob apresentaram maiores quantidades de CBO e AOPP em comparação ao C, entretanto, sem efeitos do tratamento com capsinóides; ratos ObCap apresentaram ainda níveis mais elevados de MDA em relação aos Ob. Em relação à atividade antioxidante, os ratos Ob e ObCap apresentaram FRAP aumentados, mas sem diferenças entre os grupos. Em adição, nos Ob tratados com capsinóides houve maior atividade das enzimas antioxidantes. Em conclusão, o tratamento com capsinóides não previne o processo de remodelação cardíaca e não acarreta efeitos positivos no estresse oxidativo induzido pela obesidade; bem como representa risco de dano oxidativo celular, visualizado pelo aumento do MDA. Por fim, os capsinóides induzem redução de troponina I e intensificam a atividade antioxidante no tecido cardíaco.

Discente:
Késsia Cristina Carvalho Santos

Orientador:
André Soares Leopoldo
Ana Paula Lima Leopoldo

Data da defesa:
26/07/2024.

Horário:
09h30.

Local:
Webconferência - https://meet.google.com/feg-nbng-qsh

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