Defesa de dissertação – Nina Mara Paterlini Marques

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Título do trabalho:
Consumo de alimentos minimamente processados e ultraprocessados: um estudo em usuários de serviços de hemodiálise da Região Metropolitana da Grande Vitória-ES

Resumo:
A Doença Renal Crônica (DRC) tem se destacado entre as Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) em função do aumento expressivo nas taxas de incidência e prevalência. A terapia renal substitutiva (TRS) torna-se necessária em muitos casos, sendo a hemodiálise (HD) o tratamento mais comum. Embora a HD seja eficaz em aumentar as taxas de sobrevida, a mortalidade entre esses pacientes ainda é alta, e a alimentação tem papel fundamental no tratamento. Diante disso, propomos analisar o consumo de alimentos minimamente processados e ultraprocessados e fatores associados de 1024 usuários dos serviços de HD, para avaliar a associação entre o consumo desses dois grupos de alimentos com variáveis sociodemográficas, hábitos de vida e história clínica. Para fins desta pesquisa, os alimentos foram agrupados segundo os critérios da classificação NOVA, conforme as características do propósito e extensão do processamento industrial a que foram submetidos. Os resultados mostraram que os usuários com menos de 8 anos de escolaridade apresentaram 1,7 vezes mais chances de menor consumo de alimentos minimamente processados quando comparados a indivíduos de maior escolaridade (OR 1,706, IC95% 1,125 – 2,589, p=0,012). Em relação a renda, usuários com renda menor ou igual a dois salários mínimos também apresentaram menor consumo de minimamente processados (OR 1,349, IC95% 1,007 – 1,806, p=0,045). Quando analisada a variável faixa etária, foi constatado que indivíduos de 19 a 29 anos apresentaram maior chance de consumirem alimentos ultraprocessados (OR 2,857, IC95% 1,464 – 5,576, p=0,002) em relação aos com idade entre 30 a 59 anos (OR 1,396, IC95% 1,037 – 1,880, p=0,028). Analisando-se a profissão, usuários aposentados ou afastados por doença apresentaram 41,1% menos chances de apresentarem maior consumo de alimentos ultraprocessados (OR 0,589, IC95% 0,432 – 0,804, p=0,001). Da mesma forma, não exercer atividade laboral também reduziu as chances de os indivíduos consumirem esse grupo de alimentos (OR 0,566, IC95% 0,339 – 0,945, p=0,029). Os que que não praticavam atividade física apresentaram 36,2% menos chances de consumo de alimentos ultraprocessados (OR 0,638, IC95% 0,459 – 0,888, p=0,008). Já em relação ao tabagismo, ser fumante atual aumentou em 2,3 vezes o risco de consumirem alimentos ultraprocessados (OR 2,349; IC95% 1,237 – 4,462; p=0,009) em relação aos que não fumavam. Da mesma forma, os que possuíam o hábito de consumir bebida alcoólica tiveram 1,8 mais risco de consumo desses alimentos (OR 1,835; IC95% 1,122 – 3,001; p=0,016). Finalmente, constatamos que aqueles pacientes com mais de 6 anos em tratamento tinham quase 2 vezes mais chances de consumo de alimentos ultraprocessados (OR 1,975; IC95% 1,227 – 3,180; p=0,005) em relação a aqueles com menos tempo de tratamento. Torna-se necessário avaliar o consumo alimentar por meio desses grupos alimentares, pois permite identificar a vulnerabilidade da população aos excessos alimentares, e assim adequar e propor medidas de intervenção que garantam a saúde dos usuários dos serviços de HD.

Discente:
Nina Mara Paterlini Marques

Orientador:
Luciane Bresciani Salaroli e Fabíola Lacerda Pires Soares.

Data da defesa:
14/05/2021.

Horário:
09h00.

Local:
Webconferência - https://conferenciaweb.rnp.br/webconf/gemnut.

Tags: 
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