CONSUMO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS E INCIDÊNCIA DE OBESIDADE ABDOMINAL EM PARTICIPANTES DO ELSA-BRASIL

Nome: LAIS LAGO MARINHO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 26/09/2022
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
MARIA DEL CARMEN BISI MOLINA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
FABIANO KENJI HARAGUCHI Suplente Interno
GLAUCIA CRISTINA DE CAMPOS Coorientador
JOSÉ LUIZ MARQUES ROCHA Examinador Interno
MARIA DEL CARMEN BISI MOLINA Orientador
MARÍA DEL PILAR MONTERO LÓPEZ Examinador Externo

Páginas

Resumo: A associação entre consumo de bebidas alcoólicas e obesidade tem grande
relevância para saúde pública, considerando a alta prevalência da
obesidade em todas as fases da vida, com grande repercussão no sistema de
saúde e no desenvolvimento de doenças crônicas. O objetivo do presente
estudo foi avaliar a associação entre o consumo de bebidas alcoólicas e
obesidade abdominal em participantes da coorte ELSA-Brasil, após nove anos
de seguimento. Trata-se de um estudo longitudinal, quantitativo e analítico,
desenvolvido a partir de dados da linha de base (2008 a 2010) e da terceira
onda (2017 a 2019) do ELSA-Brasil. Na linha de base foram arrolados 15.105
adultos, funcionários públicos, de ambos os sexos, na faixa etária de 35 a
74 anos, trabalhadores ativos e aposentados voluntários, de cinco
Instituições Federais de Ensino Superior e uma Instituição de pesquisa.
Dos 15.105 participantes, foram excluídos os que foram submetidos à
cirurgia bariátrica, com consumo de álcool e calorias implausíveis e os
casos prevalentes de obesidade abdominal na linha de base, para análise da
incidência. Foram excluídos, também, participantes com dados faltantes
para essas mesmas variáveis. A amostra final foi composta por 3.591
participantes. Foram analisadas variáveis antropométricas,
sociodemográficas, de estilo de vida, e consumo de bebidas alcoólicas.
Foram utilizados para diagnóstico de obesidade, os pontos de corte do
perímetro abdominal preconizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Teste de Kolmogorov-Smirnov foi utilizado para avaliar a normalidade das
variáveis. As variáveis contínuas foram apresentadas como médias e
desvios-padrão, e as variáveis categóricas em percentual e as
comparações foram realizadas utilizando o teste t e o teste de
qui-quadrado. Foram testados modelos de Poisson, ajustados por idade,
raça/cor, diferença da renda per capta, calorias consumidas e atividade
física. Do total dos participantes, mais de 70% relataram fazer uso de algum
tipo de bebida alcoólica. Em nove anos, foi observado aumento do perímetro
abdominal (homens: 4,96 ± 5,40 cm; mulheres: 6,63 ± 6,36 cm, p < 0,001) e
do consumo de álcool (homens: 0,65 ± 9,4 g/dia; mulheres: 0,59 ± 5,29
g/dia, p < 0,05). Foram identificados 1.588 (44,2%) novos casos de obesidade
abdominal (homens: 36,4%, mulheres: 54,2%). Maior consumo de bebidas
alcoólicas elevou o risco de obesidade abdominal apenas em homens (1,15,
IC95% 1,01 - 1,31, p < 0,001). É relevante a adoção de políticas
públicas de controle da comercialização de bebidas alcoólicas, bem como o
fortalecimento de políticas e programas de prevenção à obesidade, pois
esses dois fatores são de grande relevância para saúde pública.

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