Risco cardiovascular e aptidão física: Um estudo com crianças de 7 a 10 anos na região metropolitana de Vitória/ES
Nome: RENATA CHÁCARA PIRES
Data de publicação: 24/07/2024
Banca:
Nome | Papel |
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ERIKA CARDOSO DOS REIS | Examinador Externo |
FABIANO KENJI HARAGUCHI | Examinador Interno |
MARIA DEL CARMEN BISI MOLINA | Presidente |
MIRIAM CARMO RODRIGUES BARBOSA | Coorientador |
Resumo: Introdução: Os fatores de risco cardiometabólico estão em alta, surgindo desde a infância e agravando doenças crônicas na vida adulta. O excesso de peso, má alimentação, sedentarismo e baixa aptidão física aceleram o impacto negativo na saúde. Objetivo: Investigar a associação da aptidão física, estado nutricional, hábitos alimentares e estilo de vida com fatores de risco cardiometabólico em crianças na faixa etária de 7 a 10 anos da região metropolitana de Vitória, ES, a partir do banco de dados do Projeto “Prevenção da Obesidade Infantil na Atenção Primária em Saúde: Um ensaio comunitário na região Metropolitana de Vitória/ES”. Metodologia: Realizou-se um estudo transversal com crianças em Unidades de Saúde da Família, avaliando dados sociodemográficos, bioquímicos, antropométricos, hemodinâmicos, aptidão física cardiorrespiratória (ApFCR), estilo de vida e hábitos alimentares. Avaliou-se colesterol total, HDL, LDL, triglicerídeos (TG), glicemia de jejum, pressão arterial, ApFCR (teste de 6 minutos de corrida/caminhada) e o estado nutricional (EN) avaliado pelo IMC/idade. O comportamento sedentário foi definido como tempo de tela (TT) > 2h/dia, risco metabólico por escore e os hábitos alimentares foram analisados por um questionário de frequência alimentar. As crianças foram categorizadas pela combinação do EN e ApFCR e, também, por TT e ApFCR. Análises bivariadas e modelos de regressão foram realizados por meio do software SPSS (p <0,05). Resultados: Cerca de 65% das crianças apresentaram baixa ApFCR e 59% excesso de peso. Após ajuste, o grupo com excesso de peso e fisicamente inaptos teve maior chance de HDL baixo. Crianças com excesso de peso, aptas ou inaptas, tiveram maior chance de TG elevado e 3 fatores cardiometabólicos agrupados, com quase o dobro de chance para as inaptas. Observou-se maiores chances de presença de risco metabólico nas crianças com atividade física < 1hora/dia (OR=1,936 [IC95%1,14-3,26]; p=0,013) e tempo de tela > 2horas/dia (OR=2,392 [IC95%1,05-5,44]; p=0,038). Conclusão: Crianças com excesso de peso e fisicamente inaptas tiveram o dobro de chance de apresentar TG elevado e três ou mais fatores de risco cardiometabólico. O risco metabólico também foi maior em crianças com atividade física insuficiente (<1h/dia) e tempo de tela acima de 2h/dia. Os resultados sugerem o papel protetor da ApFCR, da redução do TT e da prática regular de atividade física (1h/dia) nas crianças.