Defesa de dissertação - Fernando Barbosa de Souza
Título do trabalho:
A qualidade da alimentação e fatores antropométricos, socioeconômicos e de saúde em crianças de 7 a 9 anos de idade
Resumo:
Um padrão alimentar com um maior consumo de
ultraprocessados, bebidas açucaradas e um baixo consumo de alimentos in natura tem sido observado no público infantil. Essas mudanças na qualidade da alimentação e um estilo de vida sedentário são propostas como principais fatores etiológicos da obesidade e de doenças crônicas relacionadas ao excesso de peso em crianças. Uma dieta variada e com boa qualidade é apontada como eficaz na redução do risco de desenvolver o excesso de peso na infância. Por esta razão, é importante a aplicação de métodos que avaliem a qualidade da dieta, bem como a identificação de outros fatores que possam interferir no ganho de peso nas crianças. Entender como essas variáveis afetam a saúde da criança e interferem em suas escolhas alimentares pode servir como norte para criação de futuras intervenções neste público, melhorando assim a qualidade de vida e trabalhando para gerar adultos saudáveis. Objetivo: Avaliar a relação entre a qualidade da alimentação e fatores antropométricos, socioeconômicos e de saúde em crianças de 7 a 9 anos de idade. Método: Trata-se de um estudo com delineamento transversal conduzido em crianças de 7 a 9 anos completos de idade. Foram coletados dados socioeconômicos, medidas antropométricas, hábitos de sono, tempo de exposição a telas e um questionário de frequência alimentar. Foi realizada uma análise descritiva dos dados e posteriormente foram realizadas análises inferenciais com o teste de Qui-quadrado e a realização de uma regressão logística multinominal. Resultados: Foram avaliados um total de 336 crianças com 7 a 9 anos de idade, sendo 157 (46,7%) meninos e 179 (53,3%) meninas. Com relação à qualidade da dieta 109 (32,4) crianças apresentaram uma alimentação de baixa qualidade, 135 (40,2) de média qualidade e 92 (27,4) de boa qualidade. Foi encontrado uma diferença estatisticamente significativa em relação ao tempo de exposição a telas e a qualidade da alimentação tanto para meninos quanto para meninas (p-valor 0,010 e 0,025 respectivamente). A regressão logística multinominal revelou que os meninos com um tempo de tela adequado possuem uma chance 7,54 vezes maior de terem uma boa alimentação enquanto as meninas possuem uma chance 3,26 vezes maior. Conclusão: A qualidade da alimentação das crianças pode ser afetada pelo tempo de tela. Porém, a qualidade da alimentação não esteve associada com o IMC e demais variáveis. Mais estudos devem ser realizados para investigar melhor como a exposição alongada a dispositivos eletrônicos podem afetar as escolhas alimentares dessas crianças e favorecer o ganho de peso.
Discente:
Fernando Barbosa de Souza
Orientador:
Míriam Carmo Rodrigues Barbosa
Maria del Carmen Bisi Molina
Data da defesa:
20/11/2023.
Horário:
09h00.
Local:
Webconferência - https://meet.google.com/gim-pmxa-qkc